Pela janela
podemos dar uma olhada nos planetas fáceis de
serem observados: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter
e Saturno.
Observando-os, compreendemos a admiração que
eles causavam na antiguidade e fico pensando como
esses povos antigos calculavam os movimentos,
previam eclipses, bem como o nascer e o ocaso das
estrelas. Eu nao estou propositadamente deixando
para trás os planetas exteriores: Netuno, Urânio
e Plutão.
Precisamos
observar os pequenos visitantes que movimentam-se
na fria e negra profundidade do espaço e cruzam
a atmosfera diariamente. Determinados cientistas
afirmam que o material deixado por eles pode ser
medido em milhares de kg. 
Se você passar mais tempo à noite observando o
céu, mais cedo ou mais tarde você verá a
"tal" estrela cadente. Em menos de um
segundo há um clarão de luz causado pelos
fragmentos celestes em combustão (meteoros). A
maioria deles é vista com o rabo dos olhos, uma
vez ou outra um meteoro iluminará a noite
deixando uma trilha luminosa por alguns segundos.
Muitas vezes em
um ano forma-se um aglomerado dessas pequenas
partículas enquanto a Terra se move. Este fenômeno
é chamado de chuva, que é geralmente
associado à passagem dos cometas.
Toda chuva de meteoros recebe o nome da Constelação,
em cuja radiante ela se localiza. Esta radiante
é um resultado que faz a chuva parecer surgida
de uma única fonte. Uma das chuvas de meteoros
do ano que mais impressiona é a de Leonides,
cuja radiante vem da constelação de Leo em
meados de novembro, produzindo cerca de 8 a 10
meteoros por hora.
Em 1932 houve
uma grande surpresa. Dos céus da Rússia até a
costa leste do Brasil, pouco antes de amanhecer,
uma incrível chuva produzia uma quantidade de 20.000
meteoros por hora. Relatos desse fenômeno dizem
que a noite estava tão clara que parecia dia.
Mais incrível ainda é que no ano seguinte, 1933,
dos céus do Canadá até o México, uma chuva de
50.000 meteoros foi observada. Um observador
relatou que parecia o fim do mundo!

Os astrônomos
começaram a estudar esse fenômeno e, examinando
antigos documentos chineses, árabes e europeus -
alguns datando do ano 902 AC - encontraram onze
dessas ocorrências num intervalo de 33.25 anos.
Com base nesses dados eles puderam prever que a
próxima ocorrência seria em 18 de Novembro 1866.
Nessa data, 2000 meteoros foram observados na Índia.
Nesse mesmo ano os astrônomos chamaram a atenção
para a similaridade entre a órbita do Leonides e
o recém descoberto Cometa Tempel-Tuttle.
A ocorrência seguinte se deu em1899 mas em
pequenas proporções. Em 1932, nada que valesse
a pena mencionar ocorreu.
Em 1966 os obstinados amadores que esperaram até
2.30h para observar a ocorrência puderam
presenciar a queda de somente 33 meteoros por
hora. Porém, às 6.00h, no crepúsculo, uma das
mais espetaculares ocorrências jamais vista
aconteceu: uma chuva de 144.000 meteoros por hora.
Para 1998/99 as condições são favoráveis. A
possibilidade da ocorrência de uma grande chuva
é bem provavel (notem bem a palavra
possibilidade).
Para exercitar
suas habilidades procure a constelação de Orion.
Essa constelação aparece como um gigante no céu.
Pratique seus conhecimentos observando a chuva de
meteoros orianides no dia 22 de outubro. Você
poderá, provavelmente, observar 25 meteoros. A
constelação de Orion estará bem alta, sobre
sua cabeça, nos céus do Brasil, em outubro.
Mergulhe na noite... você poderá ver algo!
Tradução
de Helga Szmuk
e Jose Renato Machado